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GANIMEDES, O BARA DE SATORU

Por Tales

Blog Zer0 Kontos



Esse foi mais um conto que encontrei na biblioteca da minha universidade.O rapaz se intitulou Satoru (nome japonês que quer dizer o Iluminado) e tinha duas paixões : O Bara, gênero de manga japonês e o Dorian, bibliotecário, dono de uma vida misteriosa e exótica.Mas ao criar o seu primeiro Bara sua vida pacata se transforma totalmente.Hoje o verdadeiro Satoru é um grande amigo meu e desenha para grandes empresas do ramo do entretenimento.Sobre o Dorian E Os baras. Voce precisa conhecer a história dele.(Tales de Moraes e Silva)


*O Que é BARA?

é um termo Japonês jargão para o gênero de arte e mídia de ficção com o foco o sexo, amor e desejo com o tema homoerotismo, normalmente criado por e para homens gays. O gênero bara começou na década de 1960 com revistas de fetiche com conteúdo artístico gay, como por exemplo, a revista Barazoku.


“Gostoso”.Nossa, como aquele bibliotecário poderia ser tão “Gostoso”.Eu nunca havia me atraído por ninguém sexualmente antes da faculdade, nem meninas e nem meninos, como sou o típico nerd, aficcionado por mangas e um geek devorador do gênero que mais levei tapas de minha mãe japonesa:o Bara.

Ah,me desculpem,meu nome é...Hum, Satoru, que quer dizer o Iluminado em japonês, tenho 19, filho de japonêses e estudo Cências da Computação no Brasil.Agora estou na biblioteca da faculdade, fingindo que estudo , com os meus baras escondidos nos livros e desenhando o Dorian, o bibliotecário, em cima de uma escada pegando livros para umas garotas bem fogosas.

Uma paixão minha é desenhar mangas, sobretudo, os baras.Quero um dia poder fazer o meu, um trabalho autoral.Porém, outra paixão era aquele bumbum, o corpo másculo na calça preta e a camisa branca de botões de Dorian(mesmo nome do Dorian do Retrato, obra prima de Oscar Wilde).Eu já tinha vários desenhos dele naquela biblioteca, lanchando no pátio,na lanchonete, sempre sozinho, misterioso.

Soube que ele era filho de marroquinos.Eu mal trocava palavras com ele pois eu criado na educação japonesa de poucas palavras e tímido, ele um pedestal de silêncio.Alto,forte, pele morena, barba bem negra, com os cabelos lisos escuros até a altura do pescoço.Usava um óculos estilo Clark Kent, imagino uma tentativa de esconder toda aquela beleza máscula. Ah! os olhos castanhos cor de mel, eu os via pelos óculos.Tinha vários desenhos desses olhos misteriosos.

Porém,os pêlos entre os botões da camisa branca de sua farda eram de saborear, eu sentia tremores em rápidos olhares.Como um homem podia ficar tão bem vestindo calça preta, camisa branca , sapatos pretos?”Gostoso”.Mas o que me provocava ereção era ve-lo comendo damascos durante seu lanche.Eu discretamente o seguia e desenhava os contornos de sua boca, os lábios carnudos,convidativos, avermelhados, pareciam mais doces e apetitosos que a fruta do oriente.



Bem, eu morava em uma república de estudantes.O estudante africano nem conversava comigo direito so vivia com seus amigos africanos.Eu tentei ter uma namorada.Tentei.Chamei-a ao cinema.Enquanto tomavamos sorvete assistindo no cinema os X-Man (eu até esqueci qual era o episódio da franquia devido ao susto), ela resolveu fazer a sexy e foi chupar o meu pinto.Brochei.Ela reclamou e terminou o namoro.Disse que eu era frio e não tinha o ‘apetite” dela.Fim do meu início com meninas.

Início com meninos.Um carinha bonito,forte,estudante de medicina.Loiro e bem simpático.Até a página 2.Me disse que iamos comer uma pizza.Parou em seu carro importado dado pela familia abastada e disse: “Me dá logo, esse cuzinho,japa!”.Me agarrou a força se eu não tivesse tido umas aulas de judô por forçação de barra de meu pai, eu tinha sido estuprado pelo playboy como se eu estivesse na série OZ.Fim do meu início com meninos.

Sou assexuado.Será?Pesquisei na net achei a comunidade Grey-A, os cinzas, homorromânticos essas paradas.Até que um dia não fui com eles a uma Parada de Orgulho deles e daí eles me ignoraram.Fim do meu início Grey-A.Voltei a ser o Satoru, estranho, nerd, sozinho, só amigos que curtem Bara na rede que estuda, ler Bara, desenha e tem tara pelo bibliotecário.Simples assim.

E eu vivia de seguir e desenhar o meu muso dos baras, Dorian. Um certo dia ele me viu e me ofereceu um dâmasco.Fiquei trêmulo mal pronunciei um obrigado.Tive que ter mais cuidado pois já podia notar um leve sorriso nos lábios dele , especialmente, quando ele me via derrubar os livros e ficar todo atrapalhado no balcão da biblioteca.Até um dia :

- Eu guardei uns dâmascos, para voce, Satoru.

Eu.Bem, eu voces podem imaginar que fui fulminado por uma explosão nuclear.Sofri um holocausto zumbi, um ataque alienígena e o apocalipse tudo no mesmo momento.

-Oi?Eu não entendi.

- Dâmascos.Sei que voce gosta.toda vez que eu como voce fica olhando para eles que lambe os lábios.

Gente, eu morri?Alguém já chamou o SAMU?

- Ah,eu adoro.Os meus pais no Japão compram muito e...(Dâmasco no Japão?Oi?Como?)

Apesar de minha tremedeira, gagueira e tanta besteira dita, valeu a pena.Ele sorria lindamente, os olhos brilhavam, e jogava os cabelos daquele jeito másculo que me deixava tonto.Nem precisa falar que todos os dias eu ia na biblioteca.Ganhava um ou dois dâmascos.Já desenhava o sorriso dele e seus olhos brilhando.Os fins de semana e feriados eram torturantes para mim.Os piores eram quando meus pais me obrigavam a viajar para Nagasaki(minha cidade natal dispensa apresentações).

Sim.Eu estava total e completamente apaixonado por Dorian, o príncipe marroquino da Biblioteca de Alexandria. Mas quais seriam seus mistérios?Soube que não era casado.Observava na saida se encontrava alguma namorada ou namorado(Ai eu daria um golpe de judô no cara).Ninguém.Sempre sozinho até o ponto de ônibus.No õnibus, até o trajeto de casa,ninguém.

Ah,eu não sou maluco.Daqueles psicopatas perseguidores do Investigação Discovery, canal ID, só estava em um surto artístico desenhando um bara com ele e, está bem, um pouco arreado pelo cara.Deêm um desconto, por favor.

Contudo, creio que comecei a me achar meio pirado quando ficava observando ele ,algumas noites, pela janela de seu apartamento em um bairro periférico próximo da faculdade.Já sabia que ele ficava sem camisa com aqueles pêlos incriveis naquele peito forte diante de sua TV.Apagava as luzes ia ao quarto, apagava as luzes,e ia dormir por volta das 21h.Eu retornava todo muchinho para república pensando em quando eu poderia dormir com ele.

Minha vidinha de nerd, geek dos mangas, era faculdade, estudar, desenhar, conversar sobre o universo nerd com a nerdaria, games, computador, internet, computador de novo e a melhor parte: BDD= Bara, Dorian e Dâmascos(que eu odiava e só gosto por causa dele).

Até que numa sexta-feira resolvi vislumbrar a beleza de meu muso em seu ap.eu nunca havia ido na sexta,mas e que o fim de semana era tão longo.Saudades dele.As 21h as luzes apagaram.Mas a do quarto demorou mais.Ué?Não vai dormir ,não?Ei!Ele vai sair!Que roupa é essa?

Vestido de um terno preto,sofisticado, Dorian, meu principe do Bara, saia dirigindo uma Ferrari vermelha.Fiquei em choque.Ele estava tão lindo,mas parecia, uma outra pessoa.Seria um gêmeo dele? Mas tão fino, cheio de elegância,altivez e auto-estima que nada tinha haver com o tímido bibliotecário da faculdade.

Eu sabia que precisava segui-lo.Ceús!Enlouqueci de vez! “Japa Psicopata persegue Bonitão e vai para Cadeia” eu já imaginava as manchetes nos sites, além do clube nerd dizendo “É, o japa tinha cara de doido mesmo”.

Desci do táxi em um restaurante muito fino em um bairro nobre da cidade.O manobrista pegou as chaves de Dorian e o cumprimentou como bons conhecidos.Será que ele vai encontrar um namorado figurão rico?Também era bonito demais para estar de bibliotecário na faculdade.Me escondi para que ele não me visse até entrar.Depois paguei propina a outro manobrista para ele me emprestar um terno.Entrei.

Não era um restaurante.Só havia homens.A maioria de mais velhos, pareciam grandes empresários, políticos, celebridades.Um clube privê?Mas o que meu(Já me deu ódio e ciúmes “meu’)Dorian faria em um lugar assim.Percebi que não havia mulheres , isto é, prostitutas.Alguns até me olhavam como se eu fosse um pedaço de beff, um gordão fumanto charuto disse: “ Adoro suchie.Ai um desse lá em casa!”.Os coleguinhas dele riram alto e eu me senti uma prostituta.

O pior viria quando um refinado mestre de cerimônias anunciava:

- Boa noite, senhores e senhores.Esta noite todos estão aqui para vê-lo.Da mitologia grega, o raptado por Zeus, Ganimedes!*

Ai foi uma gritaria de homem,assobios, uma algazarra.As luzes se apagaram.Iniciou uma música(era do cantor inglês, Sam Smith, ‘ Money on my mind”-Dinheiro em minha mente)

Era arrebatador.Belo e assombrosso.O homem vestido com asas de águia, sunga branca, botas brancas e um capacete de águia me lembrou o Homem –Pássaro.O corpo escultural,masculino,dançando sensualmente, sob a gritaria da macharada que colocava dinheiro em sua sunga de penas brancas.Eu fiquei atônito e me perguntava “O que Dorian veio fazer em ambiente desses?”.

O Ganimedes, digno sim de ser raptado por um Deus, veio em minha direção a sunga repleta de dolares, reais e euros.Pegou minha gravata com força me levantou, me abraçou forte e me jogou de novo na cadeira, os caras vibravam “Manda ver, japinha!”Ele sentou de frente em meu colo.Eu já estava com minha ereção máxima. Passou a lingua dentro de meu ouvido e quando eu gemi de prazer ele disse:

- Voce quer mais dâmascos, meu belo jovem?

O Ganimedes é o meu Dorian.Simples Assim.

Nos braços de Ganimedes

“Mas quem avança em quem? O deus se entrega, ou é quem viola, e como, o corpo arrebatado? Quem é o senhor de quem? Ou sempre, ou mutuamente? Ou cada um se humilha à sujeição do outro. E mais: sem que o soubesse, aquele humano estava já destinado às garras longamente curvas? Ou por acaso foi que o deus se apaixonou? E essa paixão durou? E que destino teve...”(Ganimedes, 1969, Jorge de Sena, poeta português)

A semana toda nem fui para a faculdade. Nem conseguia comer direito e só tomava água , ao menos, quando o africano(finalmente me notou!)me lembrava ou levava um copo para mim.

Um dia ouvi o Loduca( acho que é o nome do africano que entendi) falando com seus afro-colegas: “Shogunzinho, tá de dar dó”.O fundo do poço não era o limite.Eu chorava de manhã, a tarde, a noite e, ainda, acordava de sobressalto na madrugada, para chorar.

Humilhação, essa palavra é o resumo da terrível e trágica ópera: Dorian, meu lindo, doce e amado bibliotecário era a força da natureza, o anima poderoso e sexual do dançarino, Ganimedes.O que me causara tanta dor e tristeza foi quando o encontrei no clube prive de homens dançando e recebendo dinheiro de figurões.

Ele sentou em meu colo e disse em meu ouvido ‘Veio buscar seus damascos?”.Foi uma mistura de choque, tesão e medo.Ele mascarado, com uma cabeça de águia com asas magníficas nas costas parecia uma divindade, um guerreiro alado, um ser místico e sensual.Não contive a excitação e quando ele passou sua língua em meu ouvido, sob os gritos nojentos daqueles caras”manda ver japinha”, eu simplesmente gozei e melei toda a caça do terno que “paguei” emprestado do manobrista.

Foi tenebroso.As risadas daqueles caras, o olhar de surpresa maliciosa de Dorian-Ganimedes, eu saindo correndo com o terno melecado e na saída o manobrista gritando ‘Porra,japa, vai ter que me pagar mais pra ficar com o meu terno!Ecaa!”.Uma humilhação como eu já disse.

Depois, foram só dias amargando minha depressão, sem ler meus deliciosos baras, nem ir ver meu muso na biblioteca.O isolamento e o silêncio total, eu e minhas lágrimas. Até que um dia ,Loduca, meu colega de quarto disse em seu sotaque moçambicano:

- Shogun, o bibliotecário está ai.Quer falar com você.Coisa meio bizarra.Digo para ele entrar?

Meu coração quase saiu pela boca.

-Sim.Obrigado Loduca.ah e pode dançar Kuduro com seus colegas,ok.

-Ok,você é mesmo estranho.

Em poucos segundos tentei arrumar meu cabelo pois estava como do Gorku do Dragon Ball Z.Ver se eu estava com bafo, passar uma água na cara, um perfuminho.Quando sai do banheiro, tremendo de tensão, ele já estava de pé com livros na mão e um saquinho plástico com damascos turcos.

- Olá, Satoru.Bem, eu notei que você não esteve na biblioteca então tomei a liberdade de pegar alguns livros...Tem sobre animes e outros quadrinhos, do tipo que você curte...Trouxe damascos.

-Voce não me viu na biblioteca?Como assim,Dorian?Eu disse com a voz trêmula e embargada por dias de choro.

- Sim,não é de lá que nos tornamos amigos?Eu te levava seus damascos,escolhia seus livros favoritos...Voce me desenhava para os seus mangas ou baras não sei ao certo.-Disse ele nervoso com seu belo sotaque marroquino.Sexy mesmo quando estava bravo.

-Amigos?Amigos não escondem segredos assim um do outro!Voce é um prostituto!Um puta de um prostituto, Dorian!-Eu chorava ao dizer essas palavras fortes e ao ver o choque que elas lhe causaram.

- Voce não pode me julgar, assim, Satoru.O que você sabe sobre mim para dizer tudo isso?

- Não sei nada,é isso aí.Sei que te chamam de o belo Ganimedes naquele Clube depravado de velhos ricos tarados!Puto lindo que dança e anda de Ferrari.

Ele se enfureceu me pegou forte pelos braços. E disse olhando no fundo de meus olhos:

-Um dia,um dia, você irá me entender.Se souber de tudo...-Ele se acalmou.E disse: - Não podemos ser mais amigos é isso,Satoru?Isso que está me dizendo?

- Não, estou dizendo que eu te amo e sou completamente apaixonado por voce.-“Oi?”Como foi que eu disse isso?

Entre as lágrimas ele sorriu com belo brilho nos olhos.De repente, surgiu aquela sombra mesmo assim ele prosseguiu:

- Meu lindo menino japonês.- E me beijou suavemente nos lábios.-realmente, se eu pudesse...Ah se eu pudesse.

Eu fiquei em êxtase entre seus braços fortes, sentindo o cheiro dele, as nossas ereções se tocando, os seus carinhos, tudo que eu mais queria.

-Fica comigo,Dorian.Fica comigo,meu amor!

- Preciso ir, meu menino.Eu não posso...-Deixou os livros,um CD e os damascos turcos em cima da minha mesa de estudos.E se foi

Ele se desvencilhou suavemente de meus braços e se foi.Minha cabeça ficou transtornada, eu estava feliz por sentir que ele também me queria, mas por que não?O que impedia?Quais as correntes impediam meu Ganimedes de voar?

Perplexo e cheio de novas emoções retornei a fazer o que mais apaixonadamente sei fazer, desenhar. Iniciei o meu Bara, ‘Ganimedes”.Eu nem fazia ideia do que seria de Dorian e de mim, muito menos dos acontecimentos que meu Bara causaria.

YAKUZA

O meu Bara, Ganimedes, foi um tremendo sucesso. Virei uma celebridade não só para os nerds e geeks.Todos na faculdade já tinham na faculdade a versão impressa ou a online.Eu havia dado entrevistas para vários canais da internet e sites.Tornei-me a sensação da cidade de Fresno.O dinheiro entrava a medida em que meu Bara era traduzido em vários países como Japão, Brasil, China e Rússia.Agora sou um jovem rico, popular, mas não estou feliz, meu deus árabe, meu príncipe marroquino , Dorian, sumiu da biblioteca, do seu apartamento, do club privê dos senhores babões , o meu amor que inspirou os meus desenhos sumiu da minha vida.

Desiludido, carente e saudoso , pedi ajuda dos hackers das turmas de computação, design, os maconheiros da comunicação e até os ‘garotos do Estado Islâmico”, os estudantes dom oriente médio e foram esses que me contaram o que eu mais temia:meu Ganimedes era mesmo raptado, ironicamente como na lenda grega, e tinha um dono.Um vilão terrível que representava uma força do mal de meu pais ancestral, o Japão.Ele havia pago pelo corpo de Dorian e por sua família marroquina que vivia escravizada por sua organização criminosa no Hawai(Talvez ele tivesse ido para lá).

Yasuo Jones Takeuchi, sobrinho de Teruaki Takeuchi , presidente da organização Kodo-Kai com sede em Nagoia-Japão, filiada a poderosa máfia internacional japonesa Yakuza Yamaguchi-Gumi, atua em Fresno , no condado de Fresno, Califórnia , onde moro e estudo.Um belo jovem nipônico suave, 27 anos, sofisticado, porém violento, detinha a máfia dos jogos e da prostituição.Bissexual, em geral, preferia rapazes. Os árabes e do Leste Europeu faziam parte de seu harém masculino.O predileto é o meu Ganimedes, o meu Dorian das tardes de Bara e leituras.Yasuo, além de dono de meu amado, era dono do Clube dos “velhos depravados”, com um cassino clandestino, dançarinos e michês. O nome do inferninho elitizado era ‘Irezumi” , o nome da técnica de tatuagem da Yakuza.

Só haveria um modo de resgatar o meu homem. Ser um herói como nos mangás e baras que eu lia.Sim por amor eu decidi fazer um arriscado plano e enfrentaria o vil Yasuo e livraria Dorian e sua família do cativeiro e seríamos felizes para sempre. Simples assim.Mas nem em Kill Bill de meu idolatrado Quetin Taratino foi imagine comigo um franzino nissei.Como um popstar da universidade foi fácil ter consultoria dos fortões do rugby e do futebol americano para em menos de dois meses eu me tornar um mega nerd bombado e musculoso.Um verdadeiro samurai para enfrentar aquele ninja sujo dos infernos.

A galera dos cosplay da faculdade me transformou no Super Sayajin Deus(Dragon Ball Z) fui para o covil da Yakuza, o Irezumi.Paguei a alguns seguranças que já eram parceiros meus uma boa grana e entrei.Sim,nesta noite em que meu amor não era mais o astro eu, Satoru, como Sayajin seria o dançarino e estrela da noite.Ah eu havia ensaiado com as team leaders elas fariam qualquer coisa para suas selfies comigo nas redes sócias delas, boas moças danadas. E a única coreografia que eu aprendi a dançar entrei seminu com uma música que me identifico “Dont Wait”, de Joe Graceffa, dois príncipes que se salvam.

A galera dos figurões gays endinheirados delirava comigo nu, empunhando minha espada samurai genuína. Ao invés de receber o dinheiro sujo dos babões eu jogava dinheiro de minha mala.Ela tinha cerca de dois milhões de dólares para eu negociar com o escroto do Yasuo a soltura do meu Ganimedes e sua família.Antes de terminar o meu show os seus lacaios tatuados já tinham me agarrado e levado para um quarto de luz azulada sobre a penumbra. O quarto não tinha nenhuma mobília somente quadros pendurados nas paredes com fotos de antigos membros da Yakuza peladões. Gosto exótico de meu opositor.

-Então o senhor é o barazeiro.Hummm agora é também cosplay e dançarino?Ah, e também um estranho benemérito.Aqueles sessentões representam uma boa parte do PIB bissexual dos EUA.Até que você leva jeito pra animar esta casa...Ah, sua mala com as nossas gorjetas esta bem guardada...

Realmente, Yasuo Takeuchi, era muito belo. Estava de um quimono branco curto de algodão parecido com o dos antigos shoguns.Um príncipe nipônico do mal. Usava um coque samurai e seus cabelos negros eram longos.Era todo tatuado inclusive no rosto.Todos os seus capangas, eram seis na sala, usavam apenas suas tatuagens.Estavam despidos.

-O que você fez com o Dorian e a família dele seu escroto?

- Hummm.Gosto quando são valentes, dá mais tesão.

Ele abria o quimono estava sem nada em baixo.Seu pênis estava ereto e todo tatuado.Seus subordinados, todos de pau duro, me seguravam e abafavam meus gritos , abrindo minhas pernas para seu patrão me estuprar.Eu nunca havia feito sexo na vida e iria perder a virgindade de meu ânus com o cara que eu mais odiava.Roubado,humilhado,sem poder fazer amor com o homem que eu amava.Um triste fim.

Quando eu estava sentindo o pau tatuado fino e longo dele me penetrar dei um grito abafado de dor, mesmo com um outro cara me chupando.Eu chorava, pois só havia sonhado em fazer sexo com Dorian.Foi quando senti os caras sendo arremessados o puto do Yasuo ser tirado a força de meu rabo.

-Ganimedes?Voce vai pagar seu tuaregue do caralho!-Vociferou o jovem líder da Yakuza.

- Satoru, já disse que não gosto de você aqui nesse pardieiro.-Disse Dorian em seu sotaque com um belo sabre árabe nas mãos-Tome sua espada samurai nas mãos meu querido., hora de lutar para sermos livres.

O meu amor voltou e veio lutar ao meu lado.

O Beijo do Samurai Escarlarte

Contra o poder do amor

Caí nos pés do vencedor

Para ser o serviçal

De um Samurai

Mas eu tô tão feliz!

Dizem que o amor atrai”(Samurai, Djavan)

“Se alguém passa ou permanece é tudo a mesma coisa. Que você pode ter ninguém com você é a única diferença. Ah, quão agradável! Dois despertares e um sono. Este sonho de um mundo em fuga! Os tons róseos de madrugada!”(Poema de morte, Samurai Tokugawa Ieyasu 1542-1616)

Eu acordei nos braços dele. Em minhas mãos, a minha katana, espada samurai, estava toda ensangüentada. O clube cassino Irezumi estava devastado. Cadeiras, mesas, bebidas todos destruídos. Eram corpos e mais corpos de homens, até seminus, da organização Kodo-Kai.

Em nossa luta com seu exército pessoal, Yasuo golpeou meu tuareg, o Ganimedes que lutava para fugir de suas garras, quando ele tentou enfiar o sabre árabe em seu peito, cravei minha katana em suas costas e lhe arranquei o coração. Desmaiei em seguida.Eu era um jovem nerd, escritor de baras, estava vestido de Goku, fazia cosplay, nunca havia matado ninguém, em especial, um ninja das trevas e chefe de uma poderosa organização criminosa.A partir daquele dia, Dorian,me chamava de “samurai escarlate” pois eu estava todo vermelho após nosso baile de sangue.

Ele enxugou meu rosto com uma parte de sua túnica negra e beijou-me, suavemente. Ainda ouvi as sirenes da polícia enquanto ele me levava nos braços para fugirmos por uma passagem secreta do clube.

Marrakech, Marrocos, 2016

Eu sempre quis ser um herói. Um super-herói de verdade. Ainda jovem , meio menino, me tornei adulto ao salvar a vida do homem que amo. Dorian,meu belo bibliotecário, não precisava mais se prostituir para pagar os vilões que aprisionaram sua família.Conseguimos trazer seus pais e dois irmãos de Honolulu,Hawaii, e eles confeccionavam juntos uma tapeçaria bem apreciada pelos turistas.

Meu amado exercia sua profissão na biblioteca pública de Marrakech e me auxiliava com os livros de minha academia de Jovens Samurais(Young Samurai).na verdade, uma organização sem fins lucrativos onde recrutávamos rapazes e moças que aprendiam as artes marciais do oriente, a cultura nipônica , o código samurai e a viver mediante uma disciplina que os mantinha afastados de grupos jihadistas e fundamentalistas mulçumanos da região.

Eu ainda desenhava e ensinava a arte dos mangas e baras.Em uma tarde em que eu estava em meu escritório na academia meu Dorian veio me visitar trazendo um livro sobre a vida e sexualidade de samurais e ninjas. Assim que meu amor me abraçou e me beijou diante dos quadros que desenhei. Entre ninjas, tuaregues em homenagem a ele , um se destacava no alto e no meio da sala, um samurai todo vestido de vermelho com a katana ensaguentada. No rodapé tinha a frase: ” O dia em que meu amor me salvou”, em árabe, foi escrito pelo homem que eu amo.

FIM.

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